Uma mudança marcante no mundo da música se deu no período do movimento barroco, por volta do século XVII. Os ritmos, que até então eram tocados nas orquestras, ganharam novos recursos, acrescentaram-se outros modos, a saber, aproveitaram mais dos modos maiores e menores, conhecidos também como modo jônico e eólio, respectivamente.
Nessa época que a música toma grandes proporções e atinge a igualdade. Os ilustres gênios dessa arte se sobressaem, tornando-a cada vez mais bela. A partir disso, nascem os ritmos instrumentais, tocados por Antonio Vivaldi, Johann Sebastian Bach, Domenico Scarlatti e outros. A suíte e o concerto surgem juntamente.
A presença de novos tons dentro das escalas diatônicas (escala composta por oito notas), bem como modulações diferentes foram introduzidas, ao contrário do modo antigo, em que eram usados apenas um tom consonante (constante) e idênticos. A partir da influência da música barroca, um novo gênero nasceu: um drama cantado, as notáveis óperas.
No século XVI, vários artistas se reuniram, entre eles músicos, poetas e alguns nobres, na residência de Giovanni di Bardi, também conhecido como Conde de Vernio, para debater acerca da arte. O intuito desse grupo era de buscar inovações no campo musical; foi então que esse grupo formou a Camerata de Fiorentina.
A música passa a ter um acompanhamento, denominado baixo contínuo. Com essa base, os demais músicos poderiam inserir novas notas, a fim de enriquecer a melodia. Dessa forma, haveria mais aproveitamento dos instrumentos e dos cantores.
O estilo musical da época do movimento barroco trouxe algumas variações, entre elas estão a Monodia, que consiste em estabelecer as linhas de baixo contínuo e a melodia aguda na música e as partes intermediárias; a homofonia, que é o canto com uma variação na voz; as falas mais dramáticas como na ópera; a harmonização entre os vocais e os instrumentos, como nas cantatas.
As notas inégales, do francês, notas desiguais são bastante utilizadas na música barroca e também do Classicismo, onde se usa notas musicais de mesma duração, entretanto, com intervalos diferentes. Hoje, presente no estilo Jazz.
A ária, também utilizada na música barroca, consiste em uma composição de um cantor solista. As árias podem estar inseridas no interior de outras obras mais extensas e eram usadas nas óperas, cantatas e oratórios. Os solistas a utilizavam nas orquestras e elas contavam com mais cantores, formando duetos, tercetos e quartetos.
Os ritornellos, também conhecidos como refrão ou estribilhos são as partes que se repetem na música. Normalmente, a que é para ficar marcada e é usada nas músicas contemporâneas. As notas musicais eram separadas a partir do idioma. Por exemplo, as óperas italianas possuíam maior beleza, devido à suavidade do idioma, ao contrário da germânica.
Os ilustres artistas que revolucionaram a música na arte barroca, se caracterizavam pela excelência com que manejavam seus instrumentos. Eles conseguiam um aproveitamento que rumava para a perfeição de suas canções. Os mestres utilizavam violoncelos, violinos, órgãos, violas, cravos (instrumento semelhante a um piano) e também os pianos.
Surgiram as músicas de câmara, que eram estilos musicais eruditos, em que era utilizada uma pequena quantidade de instrumentos, ou mesmo de vozes, diferentemente dos concertos. A expressão "músicas de câmara" servia para qualquer estilo musical, desde que fosse um número de, no máximo, dez profissionais.
Essas músicas eram tocadas nos palácios, nas pequenas salas, e não contavam sempre com os solistas. Contudo, muitos desses pequenos grupos de músicos eram compostos por trios com pianos, quartetos de cordas ou até mesmo quinteto de sopro. Havia a opção de se usar alguns trios com solos, o que necessitaria de um maestro para reger o grupo.
As sonatas são músicas instrumentais que, no Barroco, eram escritas para os músicos solistas de instrumentos de cordas ou sopro, que decorria acompanhada do baixo contínuo – característica criada na música barroca. Diferente das sonatas do Classicismo que eram utilizadas para solos de pianos e normalmente dividida em dois temas iniciais, um desenvolvimento e mais dois temas finais.
Os principais músicos da arte barroca foram, na passagem entre o século XVI e XVII, na Alemanha, o ilustre Heinrich Schüz, Samuel Scheidt, Michael Praetorius e outros. No século XVIII, Johann Sebastian Bach – um dos maiores músicos da história, George Friedrich Händel. Na Itália, o violinista Antonio Vivaldi, que criou vários concertos, entre eles, o famoso 'As Quatro Estações'.
Ainda na Itália, Claudio Monteverdi, escritor de óperas e 'pai da ópera', foi o responsável pela difusão e popularidade desse gênero dramático cantado. Outros dois famosos compositores da música barroca são os italianos, Domenico Scarlatti, ícone da música para cravo, e Arcangelo Corelli.
A França também revelou alguns artistas na música barroca e foi Jean-Baptiste Lully foi quem levou o gênero "ópera" para o país. Jean-Philippe Rameau fez algumas obras para cravo e François Couperin foi um autor de peças de teatro de cunho religioso.
Em Portugal e no Brasil, a música barroca se manifestou através de poucos compositores. Antônio José da Silva, conhecido como o Judeu, produziu obras que ganharam as trilhas sonoras de Antonio Teixeira. Os lusitanos, Francisco Antônio de Almeida e João Rodrigues Esteves, desenvolveram o trabalho com as óperas. Carlos Seixas produziu cerca de 700 sonatas, entre elas 'Abertura em Ré Maior', 'Sinfonia em Si bemol Maior' e um 'Concerto para cravo e orquestra em Lá Maior'.
Atualmente, em Portugal, ainda há orquestras barrocas. Divino Sospiro é o nome de uma orquestra lusitana e foi fundada em 2003, por Massimo Mazzeo, músico italiano. A orquestra se encontra no Centro Cultural de Belém, em Lisboa e é formada por cerca de 20 músicos.